Memória

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     O cérebro possui múltiplos sistemas de memória, com diferentes características e envolvendo diferentes redes neuronais. Apesar de se saber que a formação de novas memórias depende da plasticidade sináptica, ainda não são totalmente conhecidos os mecanismos neuronais envolvidos na recordação. Contudo, torna-se evidente que quanto mais pensamos sobre as nossas experiências, maior será a probabilidade de nos lembrarmos delas.
     A memória é definida como a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar informações disponíveis internamente, no cérebro (memória biológica), ou externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial).
     Este sistema de armazenamento e posterior recuperação de informação abrange três fases: 
          codificação -  tradução de dados num código (visual, acústico ou semântico);
         armazenamento - conservação da informação durante um certo tempo, variável em função da necessidade dessa informação para o sujeito;
          evocação - recuperação da informação anteriormente armazenada.

     A memória pode ser analisada segundo a:
         ৹  Modalidade Sensorial;
         ৹  Evocação Temporal.


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     É de salientar que guardamos tanto o saber como as competências. Os aspectos que, normalmente, associamos à memória são aspectos que podemos descrever com palavras (factos específicos e acontecimentos), mas também lembranças de rostos, palavras e objectos, os quais correspondem à memória do saber. No entanto, lembramos igualmente com o corpo sem podermos, com precisão, descrever como mantemos o equilíbrio em cima de uns patins. Esta memória denomina-se memória de competências.
     As memórias são essenciais para a nossa individualidade, dado que aquilo que cada um de nós recorda é diferente daquilo de que os outros se lembram, mesmo no que diz respeito a situações presenciadas pelas mesmas pessoas. 
 

     A Recordação
     Quando procuramos relembrar um acontecimento, apenas conseguimos recordar (fielmente ou não) algumas características consideráveis da cena, pelo que os restantes pormenores são traçados à sua volta. Por isso, a maioria da nossa memória é construída a partir de reconstituições, as quais têm como base a nossa concepção do mundo e a estrutura do conhecimento sobre ele reunido. 


    O esquecimento
     A memória humana possui múltiplos recursos biológicos e cognitivos que, de modo a permitirem o seu carácter adaptativo, lhe conferem certas restrições. 
     Deste modo, o esquecimento constitui uma condição da memória: é porque esquecemos que continuamos a reter. Por isso, uma boa memória implica um equilíbrio entre o recordar e o esquecer. O esquecimento não é, salvo algumas excepções, sinónimo de um qualquer tipo de doença da memória, mas sim condição necessária para a saúde e consequente bom funcionamento da mesma. 
     O esquecimento, ao possuir uma função selectiva, afasta informações que não são úteis. Assume-se, então, como a incapacidade de reter, recordar ou reconhecer uma informação.


     Estimulação da Memória
     A memória pode ser estimulada através de exercícios de atenção, tomando em conta o maior número de pormenores possíveis. Estar atento é um estímulo constante para a memória e atrasa o natural processo de envelhecimento mental a que estamos sujeitos. Assim, exercitar o cérebro é fundamental para manter os neurónios activos. Com efeito, estes deixam de se multiplicar a partir de uma certa idade.
     A memória pode ser encarada como a base do conhecimento e, como tal, deve ser trabalhada e estimulada. É através dela que damos significado ao quotidiano e acumulamos experiências para utilizar durante a vida.