Relógio Interno

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    Toda a rotina diária do ser humano é afectada pelos seus próprios ritmos: existe a alternância entre estarmos acordados e a dormir, e muitos dos processos químicos do corpo são iniciados tendo por base a luz, como por exemplo a temperatura corporal e a pressão arterial, que são mais baixas à noite do que durante o dia, a variação de apetite, entre outros processos fisiológicos.  
    Esta capacidade que o cérebro possui, o relógio interno, ou relógio biológico,  traduz-se numa pequena colecção de células nervosas que controlam o nosso ritmo diário,  regulando a periodicidade de funções naturais, incluindo o sono e o estado de consciência.
    Como já foi referido, a luz é a base de muitos processos químicos; para a absorção de luz o corpo humano recorre a uma proteína, a melanopsina (OPN4). É então uma proteína sensível à luz, produzida numa pequena população de células da retina. As células que possuem melanopsina tornam-se fotossensíveis, sendo por isso capazes de detectar os níveis de luz ambiente. Esta população de células têm a capacidade de processar a informação luminosa e de a conduzir a duas pequenas estruturas no cérebro responsáveis pela regulação dos ciclos circadianos.
    O nosso relógio interno controla também a nossa percepção do tempo e, entre outras funções já anteriormente referidas, controla a glândula pineal que liberta a melatonina. A melatonina é uma hormona cerebral transportada no corpo pelo fluxo sanguíneo que afecta o nosso ritmo diário, adiantando ou atrasando o nosso relógio interno. É uma estrutura fundamental para a manutenção do bom funcionamento do nosso organismo e alterações no mesmo, tal como a toma de melatonina sob a forma de comprimido ou se for introduzida luz de modo a afectar a produção da mesma, podem levar ao aparecimento de doenças, tais como gastrites, depressão ou distúrbios do sono.