Teoria das Inteligências Múltiplas

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     Gardner define a inteligência como um conjunto de capacidades que permitem ao indivíduo resolver problemas ou criar produtos que sejam de importância cultural considerável. Por isso, apresenta oito tipos de inteligência:

     Inteligência linguística – esta inteligência consiste na aptidão para usar correctamente a linguagem, verificando-se uma especial percepção das suas diferentes funções. Caracteriza-se ainda pela presença de uma sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras e de uma habilidade para usar a linguagem de forma a convencer, agradar, estimular ou transmitir ideias. Por isso, Gardner indica que esta habilidade é a exibida na sua maior intensidade pelos escritores, especialmente pelos poetas. 

     Inteligência lógico-matemática – os componentes fundamentais desta inteligência incluem uma sensibilidade para padrões, ordem e sistematização e a habilidade para explorar relações, categorias e padrões através da manipulação de objectos ou símbolos, experimentar de forma controlada, lidar com séries de raciocínios, reconhecer problemas e, posteriormente, proceder à sua resolução. Esta inteligência é característica de matemáticos e cientistas. Contudo, apesar de o talento científico e o talento matemático poderem estar presentes num mesmo indivíduo, as acções dos cientistas e dos matemáticos não são movidas pelos mesmos motivos: contrariamente aos matemáticos que pretendem criar um mundo abstracto coerente, os cientistas ambicionam explicar a natureza. 

     Inteligência espaciala inteligência espacial pode ser descrita como a capacidade para compreender com precisão o mundo visual e espacial e para manipular formas ou objectos mentalmente, ou seja, a partir das percepções iniciais, criar tensão, equilíbrio e composição numa representação visual ou espacial. Esta inteligência é característica dos artistas plásticos, engenheiros e arquitectos. 

     Inteligência musical – esta inteligência refere-se à habilidade para apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical. Inclui ainda a habilidade para perceber temas musicais e para proceder à discriminação de sons, o que implica uma sensibilidade para ritmos, texturas e timbres. Manifesta-se preferencialmente em artistas musicais.

     Inteligência corporal-cinestésica – Gardner descreve esta inteligência como a aptidão para controlar os movimentos do corpo e manipular com precisão e destreza os objectos, tal como fazem os cirurgiões, os atletas e os bailarinos. 

     Inteligência interpessoal – esta inteligência manifesta-se através de uma aptidão para compreender e relacionar-se bem com os outros e de uma habilidade para entender e responder adequadamente a humores, motivações e desejos de outros indivíduos. Esta inteligência emerge em diversas profissões, nomeadamente em psicoterapeutas, professores, políticos e vendedores bem sucedidos. 

     Inteligência intrapessoalesta inteligência é o “correlativo interno da inteligência interpessoal”, isto é, consiste na habilidade para aceder aos próprios sentimentos, sonhos e ideias, reflectindo uma aptidão para se compreender a si próprio. Por isso, pressupõe o reconhecimento de habilidades, necessidades, desejos e inteligências próprios, ou seja, é a capacidade para formular uma imagem precisa de si próprio e usar essa imagem para responder de forma adequada aos estímulos do meio. Esta inteligência, ao ser a mais pessoal, apenas é observável através de manifestações simbólicas de outras inteligências, quer sejam linguísticas, musicais ou cinestésicas.

     Inteligência naturalista, biológica ou ecológica – esta inteligência representa a aptidão para detectar e compreender fenómenos do mundo natural, identificar e classificar padrões da natureza. Caracteriza-se ainda pela capacidade para perceber a natureza de maneira integral e sentir processos de enorme empatia com animais e com as plantas, podendo falar-se em sentimento ecológico. É observável em biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas, meteorologistas e zoólogos.